segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Namoro

O QUE É NAMORAR? (Parte I)

tumblr_loca10X2ZF1qf5zuho1_500_largeO namoro é dinâmico como a própria vida das pessoas.
Hoje a liberdade é enorme quando se fala desse assunto, o que, aliás, torna-se ocasião para muitos desvirtuamentos  em termos de namoro.
Coisas que para a geração anterior era impensável, hoje tornou-se comum entre os jovens; por exemplo, viajar juntos sem os pais; dormirem na mesma casa, etc.
Se por um lado esta liberação pode até facilitar a maturidade dos jovens namorados, não há como negar que é uma oportunidade  imensa para que o relacionamento deles ultrapasse os limites de namorados e precipite a vida sexual.
Lamentavelmente tornou-se comum entre os casais de namorados a vida sexual, inadequada nesta fase.
O namoro, como já mostramos, é o tempo de conhecer o outro, escolher o parceiro com quem a vida será vivida até a morte, e é o tempo de crescimento a dois.
Tudo isto será vivido através de um diálogo rico dos dois, pelo qual cada um vai se revelando ao outro, trocando as suas experiências e as suas riquezas interiores, e assim, começa a construção recíproca de cada um, o que continuará após o casamento.
O namoro é acima de tudo o encontro de duas pessoas, capazes de pensar, refletir, cantar, sonhar, sorrir e chorar.
O mar é belo e imenso, mas não sabe disso; a terra é bela e rica, mas não sabe disso; o pássaro é belo e não sabe disso.
Você é bela, inteligente, livre, dotada de vontade e de consciência; e você sabe disso.
Você não é um objeto; é uma pessoa, Um ser espiritual e psíquico.
O namoro implica no reconhecimento da “pessoa” do outro, a sua aceitação e a comunicação com ela.
É diferente conhecer uma pessoa e conhecer um objeto.
O objeto é frio, a pessoa é um “mistério” ; não pode ser entendida só pela inteligência, pois a sua realidade interior é muito mais rica do que a ideia que fazemos dela pelas  aparências.
Você só poderá conhecer a pessoa pelo coração e pela revelação que  ela faz de si mesma a você.
No objeto vale a quantidade, o peso, o tamanho; a forma, o gosto; na pessoa vale a qualidade.
O objeto é um problema a ser resolvido, a pessoa é mistério a ser revelado e compreendido.
Saiba que você está diante de uma pessoa que é única (indivíduo), insubstituível, original, distinta de todos os outros…
Alguém já disse que cada pessoa é “uma palavra de Deus que não se repete”.
Não fomos feitos numa fôrma.
No namoro você terá que respeitar essa “individualidade” do outro, para não sufocá-lo.
Muitas crises surgem porque ambos não se respeitam como pessoas e únicos. É por isso que as comparações e os padrões rígidos podem ser prejudiciais.
Você não pode querer que a sua namorada seja igual àquela moça que você conhece e admira; o seu namorado não tem que ser igual ao seu pai… Cada  um é um.
A liberdade é uma condição essencial da pessoa. Sem liberdade não há pessoa.

É no encontro com o outro que a pessoa se realiza; e aqui está a beleza do namoro vivido corretamente. Ele leva você a abrir-se ao outro. A partir daí você deixa de ser criança e começa a tornar-se adulto; porque já não olha só para si mesmo.
O namoro é esse tempo bonito de intercomunicação entre duas almas.
Mas toda revelação implica num comprometimento de ambos e num engajamento  de vidas.
“Tu te tornas eternamente responsável por aquele que cativas”, disse o Pequeno Príncipe.
Você se torna responsável por aquele que se revela a você do mais íntimo do seu ser.
Cuidado, portanto, para não “coisificar” a sua namorada.
Às vezes essa coisificação do outro se torna até meio inconsciente hoje. Ela acontece, por exemplo, quando o noivo proíbe a noiva de usar batom,  ou a proíbe de cortar os cabelos.
O marido “coisifica” a esposa quando a obriga a ter uma relação sexual com ele, quando não a permite participar  das “suas” decisões financeiras; quando proíbe  que ela possa ter alguma atividade na Igreja, etc.
O namorado “coisifica” a namorada quando faz chantagens emocionais com ela para conseguir o que quer.
A namorada “coisifica” o namorado quando o sufoca fazendo-o ficar o tempo todo do seu lado, sem que o rapaz possa fazer outros programas com os amigos.
O pai coisifica o filho quando o submete a si como se fosse um escravo…
Não faça do outro um objeto, e não deixe que o relacionamento de vocês se torne numa “dominação do outro”, mas um “encontro” entre ambos.
Nem Deus tira a nossa liberdade; Ele a respeita, pois sem isto seríamos marionetes, robôs, e não pessoas.
Ainda que o homem se ponha contra Ele – como acontece tanto! – ainda assim Ele o ama, e nunca trata-o como um objeto.
Coisificamos o outro quando o usamos; isto é triste.
O namoro é o tempo da  “descoberta”, do outro.
E isso se faz pelo diálogo, que é o alimento do amor.
Há muitos desencontros porque falta o diálogo.
Namorar é dialogar!
O diálogo é mais do que uma conversa; é um encontro de almas em busca do conhecimento e do crescimento mútuo.
Sem um bom diálogo não há um namoro feliz e bonito.
É pelo diálogo que o casal – seja de namorados ou cônjuges – aprende a se conhecer, ajudam-se  mutuamente a corrigir as suas falhas, vencem as dificuldades, cultivam o amor, se aperfeiçoam e se unem cada vez mais.
Os namorados que sabem dialogar sabem escolher bem a pessoa adequada, fazendo uma escolha com lucidez e conhecimento maduro.
Sem diálogo o casal não cresce, e o namoro não evolui, porque cada um fica trancado e isolado com os seus próprios problemas.
Sem ele o casal pode cair na “crise do silêncio”, ou apenas trocar palavras vazias, ou ainda, o que é pior, discutir e brigar.
Por falta do diálogo, muitas vezes, cada um leva a “sua” vida e ignora o outro; ora, isto não é vida a dois, nem preparação para o casamento.
São muitas as dificuldades para o diálogo, mas há também muitos pontos que o favorecem.
Vamos examiná-los.
Muitos não conseguem dialogar porque não estavam habituados a isto antes do namoro. Pode ser que tenha vindo de uma família que não tinha esse hábito. Neste caso, será preciso ter a intenção de dialogar, romper o mutismo e abrir-se.
Também o orgulho, o medo de reconhecer os próprios erros, o não querer “dar o braço a torcer”, a vaidade de querer sempre ter razão, bloqueiam o diálogo.
A falta de tempo, o trabalho em demasia, a televisão, o jornal, a revista, a internet, podem prejudicar o diálogo; se não forem dosados…
Há também os condicionamentos de infância; às vezes a autoridade excessiva dos pais, a falta de liberdade para expressar as próprias idéias e opiniões; a super proteção que sufocou o espírito de iniciativa; a falta de participação nas soluções dos problemas familiares; tudo isto dificulta o diálogo.

Portanto, será preciso esforço, vontade de vencer-se e acertar.
Para haver diálogo você precisa aprender a ouvir o outro; ter paciência para entender o que ele quer dizer, e, só depois, concordar ou discordar.
Seja paciente, não corte a palavra do outro antes dele completá-la.
Lembre-se, diálogo não é discussão.
É preferível “perder” uma discussão do que dominar o outro.
Dialogar é acolher o outro com o coração disponível. É aprender a “olhar” o outro, conhecer sua vida profissional, familiar, seus gostos, suas aspirações, dificuldades, lutas… com respeito e atenção.
Deixe que o outro tenha “entrada franca” no coração. Não ponha “cães de guarda” nas portas do seu palácio interior pois o outro pode ficar com medo de entrar.
Quem são esses cães?
O seu orgulho refinado, sutil, mas que esnoba e subjuga o outro…
O seu egoísmo que chama tudo sempre para você.
A  inveja do sucesso do outro, que o impede de crescer.
A sua ironia que faz pouco caso do que ele está dizendo…
A sua estupidez e grosseria que magoam o outro…
São esses – e muitos outros – os “cães de guarda” que pomos à porta do coração.
Às vezes ela ou ele vai embora dizendo:
“Não tive coragem de entrar… tive medo que ele risse de mim… que não me compreendesse… tive medo de ser ridícula.”
Não deixe que ele fique te esperando tanto até desanimar. Para que você possa acolher o outro é preciso despojar-se de si mesmo, estar disponível. É preciso que você aceite criar este vazio no seu interior para que o outro possa ocupá-lo.
É preciso fazer silêncio em você, para poder ouvir e entender a voz do outro. Só assim você será atencioso com ela; e então o diálogo acontecerá. Saiba sorrir para o outro; não custa nada e ilumina tanto!…
Saiba fazer silêncio….
As palavras são os veículos da alma que se exprime, desabafa e se acalma.
Aprenda a escutar o seu namorado atenciosamente; preste-lhe esta homenagem.
Saiba falar mais daquilo que lhe interessa, do que aquilo que interessa a você. Não fique pensando em você
enquanto o outro fala, pense nele.
Há um escrito que diz assim:
As cinco palavras mais importantes são:
“Estou muito satisfeito com você”
As quatro palavras mais importantes:
“Qual a sua opinião?”
As três palavras mais importantes:
“Faça o favor”.
As duas palavras mais importantes:
“Muito obrigado”
A palavra menos importante: “EU”!

domingo, 1 de dezembro de 2013

Advento: significado e origem

Essa preparação que normalmente se faz, na vida social, para receber um visitante de importância, também é conveniente fazer-se no campo sobrenatural. É o que ocorre, no ciclo litúrgico, em relação às grandes festividades, como por exemplo o Natal. A Santa Igreja, em sua sabedoria multissecular, instituiu um período de preparação, com a finalidade de compenetrar todas as almas cristãs da importância desse acontecimento e proporcionar-lhes os meios de se purificarem para celebrar essa solenidade dignamente. Esse período é chamado de Advento.

Significado do termo
Advento - adventus, em latim - significa vinda, chegada. É uma palavra de origem profana que designava a vinda anual da divindade pagã, ao templo, para visitar seus adoradores. Acreditava-se que o deus cuja estátua era ali cultuada permanecia em meio a eles durante a solenidade. Na linguagem corrente, significava também a primeira visita oficial de um personagem importante, ao assumir um alto cargo. Assim, umas moedas de Corinto perpetuam a lembrança do adventus augusti, e um cronista da época qualifica de adventus divi o dia da chegada do Imperador Constantino. Nas obras cristãs dos primeiros tempos da Igreja, especialmente na Vulgata, adventus se transformou no termo clássico para designar a vinda de Cristo à terra, ou seja, a Encarnação, inaugurando a era messiânica e, depois, sua vinda gloriosa no fim dos tempos.

Surgimento do Advento cristão
Os primeiros traços da existência de um período de preparação para o Natal aparecem no século V, quando São Perpétuo, Bispo de Tours, estabeleceu um jejum de três dias, antes do nascimento do Senhor. É também do final desse século a "Quaresma de São Martinho", que consistia num jejum de 40 dias, começando no dia seguinte à festa de São Martinho.
São Gregório Magno (590- 604) foi o primeiro Papa a redigir um ofício para o Advento, e o Sacramentário Gregoriano é o mais antigo em prover missas próprias para os domingos desse tempo litúrgico.
No século IX, a duração do Advento reduziu-se a quatro semanas, como se lê numa carta do Papa São Nicolau I (858-867) aos búlgaros. E no século XII o jejum havia sido já substituído por uma simples abstinência.
Apesar do caráter penitencial do jejum ou abstinência, a intenção dos papas, na alta Idade Média, era produzir nos fiéis uma grande expectativa pela vinda do Salvador, orientando-os para o seu retorno glorioso no fim dos tempos. Daí o fato de tantos mosaicos representarem vazio o trono do Cristo Pantocrator. O velho vocábulo pagão adventus se entende também no sentido bíblico e escatológico de "parusia".
Coroa do Advento
Ela é tão simples quanto bonita: um círculo feito de ramos verdes, geralmente
de ciprestes ou cedros. Nele coloca-se uma fita vermelha longa que, ao mesmo
 tempo enfeita e mantém presos à haste circular os ramos. Quatro velas de cores
 variadas completam essa bela guirlanda que, nos países cristãos, orna e marca há
séculos a época do advento.
A esta guirlanda dá-se o nome de Coroa do Advento.

Um antigo costume piedoso
Nos domingos de Advento, existe o piedoso costume de as famílias e as comunidades católicas se reunirem em
 torno de uma coroa para rezar. A "liturgia da coroa", como é conhecida esta oração, realiza-se de um modo muito simples. Todos os participantes da oração colocam-se em torno daquela guirlanda enfeitada e a cerimônia tem início, Em cada uma das quatro semanas do advento acende-se uma nova vela, até que todas sejam acesas.
O acender das velas é sempre acompanhado com um canto. Logo em seguida, lê-se uma passagem das Sagradas Escrituras que seja própria para o tempo do Advento e é feita uma pequena meditação. Depois disso é que são realizadas algumas orações e são feitos alguns louvores para encerrar a cerimônia. Geralmente a guirlanda da coroa, bem como as velas são bentas por um sacerdote.

Origem
A Coroa de Advento tem sua origem na Europa. No inverno, seus ainda bárbaros habitantes acendiam algumas velas que representavam a luz do Sol. Assim, eles afirmavam a esperança que tinham de que a luz e o calor do astro-rei voltaria a brilhar sobre eles e aquecê-los. Com o desejo de evangelizar aquelas almas, os primeiros missionários católicos que lá chegaram quiseram, a partir doscostumes dos da terra, ensinar-lhes a Fé e conduzi-los para Jesus Cristo. Foi assim que, criaram a "coroa do advento", carregada de símbolos, ensinamentos e lições de vida.

A forma circular
O círculo não tem princípio, nem fim. É interpretado como sinal do amor de Deus que é eterno, não tendo princípio e nem fim. O círculo simboliza também o amor do homem a Deus e ao próximo que nunca deve se acabar, chegar ao fim. O círculo ainda traz a ideia de um "elo" de união que liga Deus e as pessoas, como uma grande "Aliança".

Ramos verdes
Verde é a cor que representa a esperança, a vida. Deus quer que esperemos a sua graça, o seu perdão misericordioso e a glória da vida eterna no final de nossa vida terrena. Os ramos verdes lembram as bênçãos que sobre os homens foram derramadas por Nosso Senhor Jesus Cristo, em sua primeira vinda entre nós e que, agora, com uma esperança renovada, aguardamos a sua consumação, na segunda e definitiva volta dEle.
Quatro velas
O advento tem quatro semanas, cada vela colocada na coroa simboliza uma dessas quatro semanas. No início a Coroa está sem luz, sem brilho, sem vida: ela lembra a experiencia de escuridão do pecado.
À medida em que nos aproximamos do Natal, a cada semana do Advento, uma nova vela vai sendo acesa, representando a aproximação da chegada até nós Daquele que é a Luz do mundo, Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele é quem dissipa toda escuridão, é quem traz aos nossos corações a reconciliação tão esperada entre nós e Deus e, por amor a Ele, a "paz na Terra entre os homens de boa vontade". (JSG)
Com esse tempo de preparação, quer a Igreja ensinar-nos que a vida neste vale de lágrimas é um imenso advento e, se vivermos bem, isto é, de acordo com a Lei de Deus, Jesus Cristo será nossa recompensa e nos reservará no Céu um belo lugar, como está escrito: "Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou, tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que O amam" (1Cor 2, 9).